Objetivo
Avaliar se o índice de resistência anormal ou a velocidade do fluxo sanguíneo cerebral (VFSC) na ultrassonografia craniana prediz incapacidade (≥1 ano) em bebês com encefalopatia hipóxico‐isquêmica (EHI).
Método
Esta foi uma revisão sistemática e meta‐análise de estudos comparando os resultados do desenvolvimento de bebês com EHI com índice de resistência normal versus anormal ou VFSC.
Resultados
Vinte e seis estudos foram incluídos (hipotermia pré‐terapêutica, 20; hipotermia terapêutica, 6). Dados de 15 estudos (hipotermia pré‐terapêutica, 10; hipotermia terapêutica, 5) estavam disponíveis para meta‐análise. Sensibilidade e especificidade agrupadas, área de resumo sob a curva característica de operação do receptor e razão de chances de diagnóstico do índice resistivo ou VFSC para prever "morte ou incapacidade grave" foram os seguintes. (1) Hipotermia pré‐terapêutica: 0,83 (intervalo de confiança de 95% [IC] 0,45–0,97) e 0,92 (IC 95% 0,74–0,98), 0,94 (IC 95% 0,92–0,96),54 (IC 95% 7‐391). (2) Hipotermia terapêutica (medições antes da hipotermia terapêutica): 0,62 (IC 95% 0,41–0,80) e 0,96 (IC 95% 0,88–0,99), 0,93 (IC 95% 0,89–0,94), 23 (IC 95% 6–91). (3) Hipotermia terapêutica (medidas durante/após a hipotermia terapêutica): 0,51 (IC 95% 0,24–0,78) e 0,83 (IC 95% 0,73–0,90), 0,81 (IC 95% 0,78–0,85),5 (IC 95% 2 ‐13). A classificação geral das evidências de Avaliação, Desenvolvimento e Avaliação de Recomendações (GRADE) foi 'baixa' ou 'muito baixa'.
Interpretação
Evidências de baixo nível sugerem que anormalidades índice resistivo ou VFSC pode prever morte ou incapacidade com alta sensibilidade e especificidade em bebês com EHI que não são resfriados. A especificidade desses testes foi alta quando realizados antes do início do resfriamento em bebês que receberam hipotermia terapêutica