Resumo
O entendimento da hidrogeologia do Parque Nacional do Grand Canyon (PNGC) no norte do Arizona, EUA, é crítico para a proteção futura de recursos. As ~750 nascentes no PNGC fornecem tanto o escoamento perene quanto sazonal para numerosos cursos d’água do deserto, água para consumo da vida selvagem e para visitantes em um ambiente que, de outra forma, seria árido, e habitat para espécies raras, endêmicas e ameaçadas. O comportamento das nascentes e padrões de escoamento representam os padrões locais e regionais na recarga subterrânea, refletem a estrutura geológica e estratigráfica, e são indicadores da saúde biótica do canyon em geral. Essas nascentes, no entanto, estão sujeitas à pressões geradas em razão da demanda de água necessárias ao desenvolvimento, mudanças na recarga devido aos incêndios nas florestas e outras atividades de gestão da terra, e contaminação potencial. “Roaring Springs” é o único abastecimento de água para residentes e visitantes (> 6 milhões/ano), e todas as nascentes dão suporte para habitats ripários valiosos com uma diversidade de espécies bastante elevada. A maioria das nascentes fluem do aquífero cárstico Redwall-Muav e apresentam padrões sazonais no escoamento e química da água indicando porosidades variáveis do aquífero, inclusive escoamento preferencial por condutos. Quimicamente, essas nascentes são dominadas por Ca/Mg-HCO3 e elementos traço consistentes com poços profundos da redondeza perfurados no aquífero Redwall-Muav. Técnicas com traçadores e datação da idade da água indicam ampla variedade de tempos de residência para muitas nascentes, embasando o conceito de múltiplas porosidades. Um aquitardo produz pequenas nascentes que fluem dos contatos entre unidades de arenito e xisto, com variáveis tempos de residência da água subterrânea. Dados de isótopos estáveis sugerem tanto uma elevação quanto uma diferença sazonal na recarga entre as nascentes da borda/margem norte e sul. Essa revisão destaca a natureza complexa do sistema da água subterrânea.