Resumo
A área urbana de Ranchi (257 km2) está dependente de aquíferos em cerca de 30% do seu abastecimento total de água potável de 17 milhões de m3 ano–1. A hidroestratigrafia local é representada por um sistema aquífero heterogéneo, meteorizado e fraturado, típico do conjunto de rochas do Pré-Câmbrico do subcontinente Indiano. O desenvolvimento intensivo dos aquíferos fraturados, até aos 200 m abaixo do solo, diminuiu a carga hidráulica e resultou em produtividades cada vez menores das fraturas durante o verão. Para se compreender o regime de escoamento da água subterrânea e o mecanismo de recarga aquífera, o presente estudo analisa as variações de δ18O e δD em amostras de aquíferos específicos, juntamente com os níveis da água, a produtividade das fraturas, a CE e o Cl–. Com base na composição isotópica e em valores de excesso de deutério, foram identificados três tipos de água subterrânea, cada um representando diferentes origens da água de recarga e diferentes percursos. A maior fonte de recarga dos aquíferos é a infiltração a partir da precipitação. Dois grandes reservatórios e um lago escavado dentro da área de estudo contribuem para o processo de recarga, mas de forma insignificante. As composições isotópicas e os valores relativamente baixos de CE e das concentrações de Cl– dos furos de elevada produtividade em alguns locais indicam a presença de zonas de fratura de condução rápida, que recebem abundante recarga a partir da precipitação. Estas fraturas podem ser mais desenvolvidas através de furos para abastecimento de água, com a provisão adequada por recarga artificial.