Resumo
Este estudo simula e quantifica os percursos e trocas entre fluxos de água subterrânea profunda e subsuperficial e o transporte de solutos sob diferentes condições climáticas e de permafrost, considerando como exemplo de campo o caso da bacia costeira de Forsmark, na Suécia. Um número de cenários de simulação para diferentes combinações de condições climáticas e de permafrost foram admitidos e trabalhados com o fluxo tridimensional de águas subterrâneas e o modelo de transporte MIKE SHE. Os resultados mostram geralmente um decréscimo do fluxo vertical de águas subterrâneas com a profundidade, e um fluxo menor sob condições de permafrost em relação a condições de solo não congelado. Também o quadro geral de ambos os fluxos vertical e horizontal de água subterrânea, e a troca de água entre os sistemas profundo e subsuperficial, mudam drasticamente na presença de permafrost, em relação a condições de não congelação. No entanto, apesar do fluxo de água subterrânea vertical decrescer significativamente na presença de permafrost, ainda existe uma troca de água entre o sistema de água subterrânea líquida debaixo do permafrost e a água subterrânea subsuperficial na camada ativa, via taliks (volume de solo não congelado dentro do permafrost). ‘Taliks verdadeiros’ tendem a prevalecer em áreas que constituem zonas de descarga sob condições de não congelação, as quais tendem, na sua maioria, a readaptarem-se como zonas de recarga (através de taliks com fluxo bruto orientado para baixo) sob condições de permafrost.